domingo, 22 de maio de 2011

Como Funciona A Homeopatia?

COMO FUNCIONA A HOMEOPATIA?
POR QUE UM ‘PADRÃO ENERGÉTICO’ CURARIA DOENÇAS?
Dr. Alan V. SCHMUKLER (*)
A homeopatia assume alguns conceitos básicos:
1.      Os seres vivos estão vivos porque têm energia fluindo através de si. Hahnnemann denominou a essa energia “Força Vital”. Na Índia é designada como prana e na China é conhecida como Chi. Wilhelm Reich nomeou-a orgone. Sob este ou aquele nome, essa energia é a centelha que nos anima. Sem ela, todas as plantas e animais viventes transformam-se num acumulado de substâncias químicas inertes.
2.      A doença é um distúrbio na energia do corpo. Tudo aquilo que é normalmente descrito como doença ― febres, inflamações, oclusões de vasos sanguíneos, crescimentos anormais...  ― são distúrbios do fluxo de energia: são sintomas, sinais e resultados de uma doença, mas não a doença em si mesma, que é a desorganização da energia.
3.      Para curar a doença é preciso restaurar o fluxo da energia corporal.
4.      Portanto, se a doença é a perturbação da energia, para corrigi-la necessitamos de um medicamento contendo energia.

Como é possível que um determinado remédio possa ajudar a curar determinada doença?
O famoso físico, Louis de Broglie, demonstrou que toda matéria (viva ou inerte) tem comprimento de onda e frequência, ou seja, tudo está vibrando. Isso inclui pessoas, animais, rochas e remédios homeopáticos.

Quando saudáveis, vibramos de um determinado modo e isso muda durante a doença. Quando determinado remédio homeopático se ajusta ao padrão vibratório doentio é sinal de que ele é mimético àquela doença o que estimulará e guiará o processo de cura. Os sintomas desaparecem porque o remédio corrige o problema vibratório subjacente.

Cada remédio representa uma vibração diferente, mas como não podemos vê-la, o que ajustamos são os sintomas do remédio com os sintomas do paciente.

Essa idéia de que a doença é devida a um desequilíbrio energético é muito diferente do ponto de vista da medicina convencional e que sustenta ser a doença é causada por desequilíbrio químico e que poderá ser ajustada com substâncias químicas, o que conduz à interpretação de que ao invés de sinais de cura os sintomas são a própria doença, portanto, os mesmos são suprimidos com químicos potentes conhecidos como drogas. A supressão dos sintomas é fundamental desse tipo de visão.  Tratar doenças dessa forma traz sérias desvantagens porque o problema fundamental não é considerado e, em consequência, os sintomas retornam frequentemente, o que exige drogas ainda mais potentes, muitas vezes, com efeitos indesejáveis perigosos. A ineficácia desse método é muito aparente nas doenças crônicas, já que muitas desses doentes precisam tomar drogas pelo resto de suas vidas. Isso nos conduz à conclusão de que o problema não foi corrigido.

(*)  Médico que atua na Filadélfia  Temple University, mas sua ‘missão’ é difundir entre leigos os conhecimentos a respeito da homeopatia. Editou recentemente: “Homeopatia – Um Manual Caseiro de A a Z”, de onde este texto foi extraído, com a devida autorização escrita.





domingo, 27 de março de 2011

OS MIASMAS E SUA EVOLUÇÃO

Tuberculoso



Samuel Hahnemann, o criador da homeopatia, era guiado por uma idéia: aude sapere (ouse saber), em latim, a língua culta da época. Visto de hoje, achava-se além de seu tempo conforme comprova sua vida de estudioso, pesquisador incansável e meticuloso.
Em seu livro “Psyche and Substance”, o psicanalista e homeopata de origem australiana comenta:
“A teoria de Hahnemann a respeito dos miasmas é uma de suas mais significativas contribuições ao manejo das doenças crônicas, ainda que, devido ao presente entendimento de psicopatologia, é, contudo, a mais obscura. Encontrou persistente oposição mesmo entre seus seguidores e com o ridículo fora da homeopatia”
A medicina naqueles idos do século XVIII era confusa, inoperante, na maior parte guiada por idéias extravagantes e sua prática marcada por graves efeitos indesejáveis, coisa que ainda se vê duzentos anos aquém, na terapia com drogas, mesmo considerando os notáveis avanços científicos e tecnológicos ocorridos, principalmente, no século passado.
Hahnemann, homem sobretudo racional, preocupava-se, também, com a causa das doenças, procurando agrupá-las na busca de um sentido para as mesmas. Excluídos os acidentes, envenenamentos e traumas, observou que poderiam ser ajuntadas em quatro grupos: as agudas, as doenças da pele e mais duas outras de origem no contacto venéreo. Às manifestações agudas (gripes, enxaquecas, febres comuns, dores musculares...) conservou com esse mesmo nome. Seriam como as ondas do mar: fazem parte deste, sem serem o próprio.  Às doenças de pele chamou psora (úlceras), cujo paradigma era a onipresente sarna (prurido, coceira; em inglês itch). Nome escolhido, talvez, pelas lesões da pele com infecções subsequentes causadas pelo intenso coçar. Era ela universal e explicável pela higiene desprezada e pelo vestuário de muitas camadas. Só mais tarde viria o hábito de lavar as roupas e passá-las a ferro quente. A esse respeito, Gilberto Freyre, em seu livro “Casa Grande e Senzala”, dá boa idéia do afirmado quando atesta:
“O século da descoberta da América ― o XV ― e os dois imediatos, por toda a Europa, foi época de grande rebaixamento dos padrões de higiene. Em princípio do século XIX ― informa um cronista alemão citado por Lowie ― ainda se encontravam pessoas na Alemanha, que em toda sua vida não se lembravam de ter tomado banho uma única vez. Os franceses não se achavam, a esse respeito, em condições superiores às do seu vizinho. Ao contrário (...) a elegante Rainha Margarida de Navarro passava uma semana inteira sem lavar as mãos; que o Rei Luís XIV, quando lavava as suas, era com um pouco de álcool perfumado, uns borrifos apenas.” (pág 80, obra cit.)
Somente um exemplo que ressalta: se assim era a nobreza, imagine-se o povão! Não é de admirar que as doenças de pele predominassem e levassem Hahnemann a declarar a psora como “mãe de todas as doenças” e a considerá-la inextinguível.
Admira que os perfumes tenham sido difundidos nessa época? Os leques, tão usados nos salões daquele tempo, com seus bailes e reuniões chiques, segundo comentários, não era tanto pelo calor, mas para diluir o odor.
O grupo das doenças de causa venérea era a sicose (gonorréia, figos, excrescências, verrugas, talvez por analogia à aparência de uma figueira carregada de frutos); e a sífilis, a temível doença que começava por um cancro (úlcera) e terminava na paralisia e demência, também chamada de paralisia geral progressiva (PGP), cuja forma clínica ainda podia ser observada até a chegada dos modernos antibióticos em 1950. Ambas, verdadeiras epidemias.
Claro que as doenças ainda não tinham seus quadros clínicos perfeitamente descritos e coisas diferentes faziam parte do mesmo grupo. Por exemplo, diferentes doenças de pele eram agrupadas como sarna (psora). O câncer, doença conhecida desde a antiguidade, foi alinhada ao miasma sifilínico, já que evolui com chagas e destruição.  Tais fatos, absolutamente, não invalidam o esforço do Fundador, antes o colocando como pioneiro.
A esse grupo de três doenças, Hahnemann, nomeou-o Miasmas (semanticamente: mancha, nódoa, corrupção,contaminação) porque não somente enodoavam a saúde do indivíduo como, também, eram transmitidas aos respectivos descendentes.
Em seguida, os franceses nomearam mais dois miasmas, o tuberculinismo e o cancerinismo, as duas grandes epidemias dos séculos XVIII e XIX. O câncer ainda está por aí em plena atividade. A tuberculose rendeu-se à esteptomicina, pelo menos na forma clínica com que se apresentava, porém, segundo a Organização de Saúde, essa doença ainda ceifa mais de trinta milhões de vidas por ano.
Os miasmas sempre causaram polêmica, desde que Hahnemann os apresentou em sua obra “As Doenças Crônicas” (1796) e que lhe custaram doze anos de labor. Posteriormente, mais discussões, aceitando ou não os dois miasmas dos franceses. Atualmente, os homeopatas ainda se dividem diante do tema: desde aqueles que os consideram como verdades evangélicas, passando por bom número de indiferentes, para terminar na minoria que quase utiliza adjetivos pejorativos ao mencionar o assunto.
Rajan Sankaran, homeopata indiano alinhado a Hahnemann, considera os miasmas como mera classificação de doenças e, aproveitando, criou mais cinco deles: reforçou os agudos e nomeou mais quatro, conforme formas clínicas de doenças mais comuns na Índia: tifóide, ringworm (as infecções fúngicas da pele), malária e lepra.
É bom lembrar que, se Hahnemann criou os três principais miasmas após doze anos de estudos, os demais não foram levianos levados por palpites. Todos se basearam em muito estudo, observação clínica, meditação e discussões sem fim.
Assim ficou a lista deles: agudo, tifóide, psora, ringworm, malária, sicose, câncer, tuberculose, lepra e sífilis.
Mais recentemente, Peter Chappel, homeopata e pesquisador do Reino Unido, comprovando seus estudos em trabalho voluntário na África, publicou seu livro “The Second Simillimum” no qual dá atenção especial à AIDS (Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida), doença tão divulgada que poderia constituir-se em mais um miasma, destacando-a do sifilinismo. 
Ultimamente, muito se valorizou o aspecto mental e psicológico dos miasmas a fim de diferenciá-los. Como tudo em ciência, entre acertos e correções, o sedimento permanece, somando e enriquecendo o conhecimento.
O miasma sífilis sempre foi identificado com a destruição, a desagregação, a degeneração e a morte. Isso nos leva ao ponto pretendido: o lançamento próximo do livro do holandês Harry van der Zee: “Miasmas no Trabalho de Parto, no qual alguns conceitos são agregados. São novidades que podem modificar o modo de pensar do homeopata, principalmente no que se refere ao miasma destrutivo. Afinal, nesse estudo, há esperança. Conforme mencionado, não são simples sacadas. Pelo contrário, são conceitos muito bem definidos e baseados em estudos do muito que já se publicou a respeito desse assunto, na experimentação homeopática e nos remédios homeopaticamente preparados, além de casos clínicos confirmatórios.
Van der Zee faz um estudo dos miasmas correlacionando-os às conclusões do psicólogo checoslovaco Stanislav Grof: no processo da gravidez e parto criar-se-ia um padrão do qual se serviria o indivíduo em sua vida futura rumo à individuação e consequente evolução. 
São idéias muito interessantes, que vale a pena conferir. Voltaremos ao assunto tão logo esse estudo seja publicado em português.



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

GUIA CASEIRO DE HOMEOPATIA é publicado nos Estados Unidos!


 A notícia é muito curiosa. Se fosse na Europa ou no Brasil seria apenas mais um manual, mas na terra do Tio Sam chama a atenção sobremaneira.
Os manuais de homeopatia sempre foram muito úteis em locais desprovidos de assistência médica, mormente em países territorialmente extensos como Brasil, Rússia entre outros; e, por outro lado, mantiveram a homeopatia graças à confiança popular.
Em nosso país, muitos homeopatas de renome publicaram o seu manual, em geral, assim divididos:
  •  Introdução: com explicações e conceitos básicos.
  • Repertório: dicionário de sintomas e/ou nome comum de doenças com os respectivos remédios;
  • Matéria Médica: dicionário dos remédios homeopáticos com suas respectivas aplicações, de tal forma que o consultante possa chegar rapidamente ao remédio desejado, seja pelo sintoma/nome da doença ou verificando se determinado remédio cobre os sintomas percebidos no doente 
  •  
Essa é a maneira mais ou menos padronizada desde que os primeiros manuais apareceram. O guia de Schmuckler não foge a essa regra. 
Em São Paulo e Rio publicaram-se diversos manuais homeopáticos, contudo, puxando a brasa para o nosso Paraná, um dos manuais mais conhecidos foi (e ainda é) o do Dr. NILO CAIRO (da SILVA), homeopata famoso, doutor em medicina, doutor em engenharia militar, bacharel em matemática e ciências físicas, e professor catedrático da Universidade do Paraná, da qual foi o mentor e um dos fundadores. Comecei a experimentar a homeopatia utilizando-me desse manual e não estava só porque a maioria dos homeopatas ― pelo menos os mais antigos de minha geração ― chegaram aos remédios diluídos pela porta do (guia) nilo cairo.
Em termos de tiragem é um legítimo best seller: Dr. Nilo Cairo publicou o seu Guia Homeopático Brasileiro em 1908; o que possuo é de 1982, oitava reimpressão da 21ª edição e traz uma frase de Dieffenbach na primeira página: “Não escrevo para sábios; escrevo para homens práticos”.
Pesquisando na literatura, não é difícil encontrar referências a leigos que possuíam ‘certo livro’ e davam remédios homeopáticos quando consultados. Machado de Assis imortalizou um desses na personagem do agregado José Dias: “...; meu pai ainda estava na antiga fazenda de Itaguaí, e eu acabava de nascer. Um dia apareceu ali vendendo-se por médico homeopata; levava um Manual e uma botica.” (Dom Casmurro: cap V).
Dalvo Saldiva, na biografia meticulosa de Gabriel García Márquez, Viagem à Semente, assim se refere àquele que seria o pai do escritor colombiano: “... Gabriel Eligio deixou Riohacha, instalou-se em Aracataca e abandonou o ofício de telegrafista para entregar-se à velha vocação de médico empírico graças a alguns estudos desordenados de homeopatia e farmácia que tinha feito na Universidade de Cartagena. Já em sua primeira estada, durante o noivado com Luísa, havia deixado em Aracataca certo prestígio de homeopata espontâneo, especialmente à raiz de uma epidemia declarada em 1925, que os mais velhos associaram ao desastre dos tempos do cólera.” (pg 74).
Na mesma biografia: “... Conseguiu que a Junta de Títulos Médicos do Departamento do Atlântico lhe outorgasse em 1935 uma licença para exercer a medicina por seu sistema homeopático. Foi nessa época que inventou e patenteou o regulador menstrual GG (Gabriel García), um xarope que vendia em sua botica, competindo com reguladores estrangeiros. E assim, entre reguladores menstruais, pílulas homeopáticas e poções estranhas para o tétano, a eclampsia e a febre amarela, a farmácia rendia a quantia exata para manter a família que já começava a ser numerosa...” (pg 106)
Através de amigo comum e confrades na Maçonaria, o herói argentino San Martin recebe do próprio Hahnemann uma botica (bolsa) com sessenta e quatro tubinhos contendo glóbulos de Belladona, Bryonia, Bromium, Conium, Ipeca, Nux-vomica, Pulsatilla, Spongia... usados para si e seus soldados ao cruzar os Andes em lombo de cavalos e mulas. O General sofria de artrose e úlcera gastroduodenal. Essa botica acha-se exposta no Museu Histórico de Mendoza, Argentina com seus tubinhos, muitos deles quase vazios.
Para ilustrar um pouco mais, ganhei de uma cliente “O Medico Homeopatha da Familia”, do Dr. Bruckner, de Basileia (Suissa), traduzida para o português pelo farmacêutico Francisco José Lisboa, em novembro de 1896. São 674 páginas de tipos miúdos e com uma secção de Matéria Médica contendo todos os medicamentos conhecidos na época. Um trabalho notável!
Retornemos à “Homeopatia de A até Z” do Dr. Alan Schmuckler. Por que essa volta ao passado no país mais avançado do mundo? Ele próprio responde numa entrevista no site Hpathy 4 Everione”:
“O próprio nome do livro sugere informações quando o tratamento convencional não está disponível, é ineficaz ou inseguro. São situações que podem surgir em desastres naturais, ataques terroristas, epidemia de doenças exóticas ou infecções resistentes aos antibióticos, falha de recursos ou doenças em massa devido à engenharia genética. Muitas pessoas já estão tentando sobreviver fora do sistema médico porque não podem tomar drogas convencionais seja por alergias, efeitos indesejáveis, problemas do fígado ou dos rins. Além disso, há quarenta e três milhões de americanos que não possuem seguro saúde e que só procuram recursos quando surge alguma crise”. (grifo meu)
Se é assim, o que dizer dos países miseráveis, a maioria no planeta? Ou mesmo num país como o nosso onde já se percebe sotaque de rico, mas que os bolsões de miséria e desassistência não estão distantes. E as grandes cidades cujas periferias têm televisões, videogames e telefones celulares convivendo com a carência do básico em alimentação e condições sanitárias, ainda que esses temas sejam onipresentes na língua de candidatos. E a imensidão da Amazônia legal? Nem mencionei o nordeste...
No início dessa mesma entrevista, o Dr. Alan revela que fundou um grupo de estudos no qual ensina homeopatia a donas-de-casa, secretárias, enfermeiras e médicos. E mais: informa e capacita em campi escolares, em lojas de produtos naturais, em igrejas e na casa das pessoas, assumindo essa atitude como missão.
Por último: quem é o autor? Um curioso, um leigo dando-se ares, um rábula saudosista? Pelo contrário, possui um currículo invejável.
Alan V Schmuckler:



aos 16 anos ganhou de seu tio um laboratório de química completo. No curso médio, tutelado por seu professor, lecionava química e biologia. Graduou-se pela Temple University onde recebeu grau summa cum laude (louvor máximo). A seguir, estudou terapia respiratória e trabalhou em pronto socorro e UTI do Hospital Albert Einstein da Filadélfia.
Há dezesseis anos, curado de um abscesso dentário pela homeopatia foi estudá-la, impressionado pela cura. Desde então, estuda, pratica, leciona e escreve sobre a matéria. Há dez anos, fundou o Grupo de Estudos da Filadélfia Metropolitana, gratuito e destinado ao público, sem contar seu programa de rádio. Também ensina homeopatia no curso de medicina da Temple University, na Filadélfia, estado da Pensilvânia,
Quem estiver interessado poderá adquirir esse manual no www.minimumprice.com - EFS.