segunda-feira, 18 de outubro de 2010

"O Enigma da Homeopatia"


Seria a homeopatia um enigma? Do meu ponto de vista, sim. Vejamos:
Elaborada há mais de 200 anos, nascida das dúvidas e insatisfação do médico Samuel Hahnemann com a medicina praticada em sua época, a homeopatia é um método de tratamento que aborda o doente como um todo ― físico, mental e espiritual ― fazendo uso de substâncias naturais extremamente diluídas, a ponto tal que seus detratores, até hoje, duvidam de sua eficácia, mesmo com os evidentes resultados colhidos nesses dois séculos.
É uma forma de tratamento que se difundiu pelo mundo inteiro: começou na Alemanha, passou para a França e de lá para o resto do mundo, alcançando, nos últimos tempos, até o Japão. Teve importância muito grande em países como Índia, Rússia, Brasil e demais nações da América do Sul, pela pobreza, extensão continental e escassez de recursos médicos oficiais.
Não foram poucos os ataques sofridos no decorrer desse par de séculos e sobreviveu graças à dedicação e à militância de seus adeptos ― leigos e médicos convertidos ―, mas, sobretudo, à aceitação e apoio populares granjeados por sua simplicidade, baixo preço e eficácia.
Nossos opositores a desprezam por “falta de base científica” e atribuem seus resultados ― comparativamente melhores em passadas epidemias como febre amarela, febre tifóide, cólera... ― ao “efeito placebo”, afirmativa ingenuamente utilizada até hoje.
Esse é o enigma: ainda há muitas perguntas sem respostas claras. Para o oriental ― indianos, por exemplo ― se existe um método que funciona, ele é usado e pronto! Para nós, ocidentais e nossas mentes analíticas, tudo tem que ser trocado em miúdos, (bem ou mal) explicado, para que nossa cabeça se aquiete. Caso contrário “falta base científica”, falta a bênção dos que desejam a permanência do status quo e, mais que todos, da poderosa e assim chamada Big Pharma, que investe euros, dólares e libras não só contra a homeopatia, mas, também, contra qualquer outro método de tratamento que não utilize seus produtos patenteados, ou seja,criados em seus laboratórios.
Existe verdadeiro desalento quanto aos crescentes problemas de saúde pública. Cada candidato a qualquer coisa promete como solução mais e mais recursos financeiros, mais remédios, mais exames, mais médicos, que acabam sendo os principais vilões: são os que estão frente a frente com os doentes.
Curiosamente, em que pese a assombrosa desenvoltura dos avanços tecnológicos e científicos, não se considera a principal causa da falência dos métodos oficiais. Com exceção da manutenção da vida naqueles casos agudos e traumas onde ela está em risco iminente, assim como nos extraordinários avanços ― transplantes, por exemplo, ― falta à medicina oficial o poder de oferecer aos doentes qualidade de vida e bem estar. É só lembrar dquelas doenças crônicas (diabete, hipertensão arterial, obesidade, altos índices de colesterol...) quando o enfermo consume muitos medicamentos, sofre seus efeitos indesejáveis (sempre presentes) sem o alívio correspondente e esperado.  Isso faz com que os ambulatórios e hospitais estejam cheios de sofredores que caminham de mal a pior.
Lembre, ainda, doenças como Alzheimer e outras doenças neurológicas e degenerativas, depressão e cortejo de ansiedade, angústia e demais psiquiátricas. Os doentes voltam e voltam aos ambulatórios, sempre lotados, cada vez mais insatisfeitos com os médicos. Deixemos de lado epidemias modernas como AIDS, ataques cardíacos, ‘derrames cerebrais’...
Seria normal esse destino a um final de vida tão incômodo, cheio de dores e desalento? A velhice, via de regra, é um inferno que se descortina ainda em vida. Que antecipação desastrosa!
Claro que há muitos outros fatores: nosso modo de vida desregrado, nossos hábitos e vícios, que não podem ser completamente desvinculados do que ficou exposto anteriormente. Nesses casos, ficamos em dúvida onde terminou o vício e começou a doença ou vice-versa.
Pensando nisso, comecei a escrever “O Enigma da Homeopatia”, projetado para ser um opúsculo com cerca de cem páginas e que foi além de quatrocentas. Verborragia e digressões à parte, surpreendeu-me o volume de dados resultante da extensa pesquisa a que me vi obrigado.
 Terei dado conta do recado? Só o leitor poderá avaliar.
 Cordialmente, EFS.